Acolher a neurodiversidade é fundamental para promover a DEI no ambiente de trabalho

Nos últimos anos, a ideia de diversidade, equidade e inclusão (DEI) no local de trabalho não só cresceu em importância, mas evoluiu de ideias tradicionais de inclusão de gênero e raça para um conceito com um espectro muito mais amplo. Esse espectro agora abrange uma gama de experiências e habilidades humanas, incluindo a de indivíduos neuro divergentes.

De acordo com o Simpósio Nacional sobre Neurodiversidade, as diferenças neurológicas incluem, mas não se limitam a dispraxia, dislexia, TDAH, discalculia, espectro autista, síndrome de Tourette e outros.

Mas entender e valorizar a neurodiversidade não é apenas um dever moral; é também uma vantagem estratégica a empresas que se esforçam em criar ambientes bem-sucedidos e inclusivos. Assim como todas as pessoas vindas de diferentes contextos, os indivíduos neuro divergentes trazem um conjunto único de pontos fortes, perspectivas e habilidades. Ao contrário dos estereótipos tradicionais, as pessoas neuro divergentes se destacam em áreas como resolução criativa de problemas, reconhecimento de padrões, atenção aos detalhes, entre outras. Mas, apesar dessas habilidades únicas, ainda há uma desproporcionalidade significativa de neurodiversidade nas empresas.

O estigma e a falta de conhecimento estão aumentando essa lacuna na força de trabalho. Mas veja isto: equipes inclusivas tomam melhores decisões 87% das vezes e têm 8 vezes mais probabilidades de alcançar melhores resultados (Relatório de Inclusão LHH). As barreiras à contratação desse grupo de trabalhadores estão impedindo o progresso em direção a uma força de trabalho diversificada, e, como resultado, as empresas estão perdendo oportunidades de crescimento e a chance de trazer indivíduos excepcionalmente talentosos para seu quadro de colaboradores.

Além disso, devido à maior conscientização proporcionada pelas mídias sociais e plataformas online, as pessoas estão cada vez mais se identificando como neuro atípicas. Pesquisas indicam que cerca de 15-20% da população dos EUA se enquadra nessa categoria. Portanto, perpetuar padrões de contratação não inclusivos pode deixar de fora um enorme grupo de possíveis candidatos.

Como podemos avançar em direção à força de trabalho verdadeiramente inclusiva?

Criar uma força de trabalho que incorpore DEI precisa ir além da mera retórica. É necessário abranger uma cultura de interesse genuíno, compreensão e ação em relação a contratar e a reter funcionários neuro divergentes. Isso significa ir além das primeiras etapas do processo de contratação e dar grandes passos para construir uma cultura de trabalho inclusiva — uma em que funcionários e gestores estejam interessados em ver esse tipo de progresso dentro de suas próprias organizações.

Em nosso Relatório de Tendências da Força de Trabalho de 2024, descobrimos uma grande lacuna entre a percepção de empregadores e funcionários sobre a forma como suas empresas promovem a diversidade – 91% dos empregadores sentem que suas organizações estão fazendo o suficiente para promover a diversidade, enquanto 68% dos empregados acreditam que suas empresas poderiam fazer mais. Portanto, cabe aos líderes trabalhar ativamente para fechar essa lacuna. Sua organização pode ter uma filosofia de DEI e conjunto de valores claramente definidos, mas implementar DEI de modo efetivo requer mais do que uma iniciativa isolada. Isso exige um esforço contínuo, bem como suporte e subsídio dos líderes empresariais para respaldar a criação e a incorporação de DEI em seus programas diários de recrutamento, desenvolvimento de talentos e gestão de carreira. Abaixo estão algumas sugestões para ajudá-lo a começar.

1. Treinamento em neurodiversidade para a liderança

Qualquer mudança séria na cultura de uma empresa precisa começar pelo topo — por isso é fundamental que os líderes passem por treinamentos para poderem promover uma melhor compreensão e aceitação da neurodiversidade. Os gestores precisam estar equipados com as ferramentas certas para liderar equipes com indivíduos diversos de modo eficaz, incluindo entender estilos de comunicação neuro divergentes, saber lidar com desafios únicos e ter um sólido conhecimento do valor desses indivíduos para o sucesso organizacional.

2. Treinamento em neurodiversidade para os funcionários

Após instruir os gestores e conseguir sua adesão, é fundamental treinar os funcionários, a fim de ensinar práticas importantes para manterem um ambiente de trabalho favorável à neurodiversidade. Sessões de treinamento e workshops podem ajudar a reduzir o estigma, a dissipar mitos, a promover maior empatia e a ensinar sobre os benefícios de trabalhar ao lado de pessoas que possuem diferentes conjuntos de habilidades e formas de pensar.

3. Sistemas de apoio estruturados

Implemente programas de mentoria, coaching individual, sistemas de parceria ou grupos de apoio entre pares para ajudar os funcionários neuro divergentes a navegar pelas culturas e expectativas da empresa. Uma boa maneira de fazer isso é designar um ponto focal (pessoa ou departamento específico) responsável por garantir as condições e os recursos necessários, tornando sua experiência de integração bem-sucedida desde o início.

4. Pratique contratação imparcial

Garanta que suas práticas de contratação sejam inclusivas e imparciais em todas as etapas do recrutamento. Isso significa ir além da contratação para cargos mais baixos e acompanhar os candidatos ao longo do processo de contratação, para garantir que eles alcancem sucesso em cargos mais altos ao longo do tempo. Considere implementar IA para triagem de currículos às cegas e promover competência cultural, treinando seus gerentes de contratação para interagirem efetivamente com candidatos de várias origens e contextos.

5. Ofereça oportunidades de aprimoramento e requalificação

Ofereça oportunidades de aprimoramento para talentos internos, incluindo aqueles neuro divergentes. Como esses indivíduos podem possuir competências únicas, mas podem não ter habilidades como rápida adaptabilidade, fornecer oportunidades de aprendizado para aprimoramento e requalificação é uma ótima maneira de investir continuamente em seu futuro dentro da organização. Algumas maneiras de promover aprimoramento:

• Mentoria e coaching individual.
• Programas educacionais e cursos online.
• Rodízio de funções e observação.
• Workshops internos.
• Feedback e avaliações de desempenho abrangentes.

Ao acolher a neurodiversidade e implementar algumas dessas práticas, as organizações podem construir uma força de trabalho futura que não apenas defenda a DEI, mas a incorpore. Abraçar as diversas perspectivas e habilidades de funcionários de todas as origens não é apenas a coisa certa a se fazer — é fundamental para empresas que desejam construir uma força de trabalho mais forte, mais adaptável e, em última análise, mais bem-sucedida. Reconhecer os diferentes pontos fortes de pessoas neuro divergentes ajudará a moldar uma economia na qual todos os indivíduos podem se destacar e participar da formação de um futuro centrado na inclusão.

A missão da LHH é construir um ambiente de trabalho que esteja em constante evolução e no qual todos se sintam valorizados, apoiados e respeitados. Entre em contrato com um dos especialistas da LHH hoje mesmo para saber mais sobre como podemos ajudá-lo a atingir suas próprias ambições relacionadas à DEI.